Para o deputado estadual e candidato Valdeci Oliveira (PT), tem coisas que nunca mudam. Os cumprimentos, os abraços e as andanças são os mesmos desde a década de 80, quando ingressou na política. Por isso, durante a campanha, diariamente, tem um encontro marcado com aqueles que circulam pela cidade. Em uma dessas agendas, o Diário acompanhou o candidato petista por uma hora. Os locais escolhidos por ele foram a Praça Saldanha Marinho e o Calçadão:
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– Não tem nada mais importante do que olhar no olho da pessoa e ouvir o que ela diz. E aqui, no centro da cidade, passa gente de todos os cantos. Isso energiza e gratifica.
No centro
No final da manhã da última quarta-feira (23), a passos curtos, Valdeci foi se juntando aos santa-marienses que transitavam pela Praça Saldanha Marinho, em frente ao Banrisul. Com os termômetros próximos aos 30 graus, a sombra do local parecia a melhor opção. Com a característica camisa de botões, desta vez em um tom azul claro, o candidato trazia no peito o adesivo e, nas mãos, os cumprimentos que chegavam a cada eleitor. Uma mão em cima da outra, em uma entrelace, era o padrão.
Não demorou muito para que o candidato expressasse que nada substitui o “corpo a corpo na rua”, como chamou o ato no centro da cidade. Nas abordagens, um padrão: “Como vamos no domingo?”, pergunta Valdeci. Se a resposta era 13, o abraço. Se viesse a dúvida, o diálogo. Dessa forma, quase ninguém passou despercebido por ele. Nem que o cumprimento fosse, de longe, um aceno.
Nos primeiros minutos, o “bom dia” aos apoiadores que movimentam as bandeiras. “Esses são dos nossos”, afirma Valdeci. Tempo, ainda, para o cumprimento ao adversário do primeiro turno, Moacir Alves, que passava pela praça. Após quase meia hora, o irmão e vereador Valdir Oliveira chegou para dar apoio e perguntar onde seria o almoço. Como resposta, Valdeci aponta para o Calçadão, assinalando que a pausa seria por ali mesmo.
20 jantares
Sobre as refeições, o candidato admite que não existe muita regra. Almoço e um café da tarde reforçados é o que mantêm a disposição para dar conta das agendas, que têm começado às 7h da manhã e se estendido até perto da meia-noite. Difícil lembrar a última noite com mais de cinco horas de sono.
O resultado da rotina agitada foram menos cinco quilos na balança e novos furos no cinto. Até em dias com 20 jantares na agenda, não sobra tempo para refeição. “É tudo rápido”, diz.
Outra mudança física está no tom de pele, cada vez mais bronzeado, em que ele brinca ser equivalente a 30 dias de praia. Após mais de meia hora no sol, ele vai procurando a sombra e admite ter esquecido o protetor solar.
Fotos e vídeos
Na medida em que o horário chegava perto do meio-dia, o fluxo de estudantes que saíam das escolas aumentava. Subia também o pedido de fotos e vídeos com o candidato.
– É impressionante a relação da juventude comigo. Fiz uma caminhada no Parque Itaimbé no domingo à tarde e foi extraordinário – conta.
Quando um jovem de 17 anos se aproximou, por volta das 12h10min, para declarar a torcida ao petista e confessar que ainda não tinha o título de eleitor, coube a Valdeci um puxãozinho de orelha. Em tom de brincadeira, fez o apoiador prometer que encontraria 10 amigos para votar nele. Ambos riram e o diálogo foi seguido de um abraço.
As crianças
Às 12h15min, o candidato deu uma volta pelo Calçadão. Pausa também para uma mensagem ao estátua-viva vestido de prata e uma “passada” pelos estabelecimentos. De volta ao ponto de encontro, em frente ao Banrisul, um dos últimos atos foi a entrega de um adesivo a uma menina que “queria muito conhecer o Valdeci”, conforme a mãe. E é no contato com as crianças que o candidato tem os momentos emocionantes da campanha.
– Os mais marcantes são aqueles que as pessoas vêm até mim e começam a chorar, desesperados, porque não imaginavam que eu fosse uma pessoa que eles pudessem abraçar e chegar perto. Quando são crianças, é onde mais me emociono – comentou o candidato Valdeci.
Valdeci Oliveira (PT)
- Natural de Dilermando de Aguiar (na época, distrito de Santa Maria)
- 67 anos
- Ex-metalúrgico, possui Ensino Superior incompleto
- É filiado no Partido dos Trabalhadores (PT) desde 1986
- Foi vereador por dois mandatos em Santa Maria, deputado federal em duas oportunidades, eleito prefeito em 2000 e reeleito em 2004. Também concorreu ao Executivo em 2016, mas não se elegeu. Atualmente, ocupa uma cadeira no Legislativo gaúcho, pelo quarto mandato seguido. Foi presidente da Assembleia Legislativa, em 2022, época em que, por dois dias, de forma interina, foi o governador do Estado
- Foi líder partidário e sindical por diversas gestões. Além de defender o seu legado de oito anos de prefeito, inclusive com propostas de retomada de ações desse período, o deputado apostará na proximidade com o governo petista de Lula, por meio do ministro Paulo Pimenta (PT)
- Tem como vice o ex-prefeito e ex-deputado estadual José Haidar Farret (União Brasil)
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